A Netflix está encantando e causando milhares de burburinhos entre os fãs com sua nova série, Sandman. Uma adaptação do renomado quadrinho de Neil Gaiman, publicada pela Vertigo, um selo voltado para o público adulto da DC Comics. A história desvenda a vida do personagem Sonho, um dos sete perpétuos e governante do Reino do Sonhar, que foi aprisionado por um mortal por mais de um século.
Os perpétuos são representações antropomórficas das manifestações de ciclos da vida, são eles: Destino, Morte, Sonho, Destruição, Desejo, Desespero e Delírio, filhos das entidades cósmicas, Tempo e Escuridão.
Destino é o mais velho, e nasce no momento em que se inicia a primeira forma de vida, com a necessidade de um destino para comandá-la. A Morte é a segunda filha e nasce da necessidade do encerramento do ciclo da vida. Sonho é o terceiro na linha de nascimento, e surge da pretensão do primeiro ser vivo de sonhar. Logo depois vem o Destruição, que se afastou de suas atividades por estar enfurecido com a humanidade por uso das tecnologias para uma possível destruição em massa, ele costumava se intitular agente da mudança, pois para o nascimento do novo, sempre era necessário destruir o velho. Depois vem os gêmeos Desejo e Desespero, representações de dois aspectos fundamentais da humanidade. A mais nova é Delírio, que antes tinha a Forma de deleite, mas por algum motivo mudou sua forma de expressão.
Após se libertar de seu cativeiro, sonho inicia uma jornada a fim de reconstruir seu reino e recuperar suas relíquias de poder, uma algibeira de areia infinita, um elmo feito da espinha de um deus morto e um rubi.
O personagem principal carrega em si vários nomes, revelando a escrita direcionada de Neil Gaiman, que era um estudioso de mitologias, e um verdadeiro artista ao retratar esse tema em suas obras, dentre os nomes estão Morpheus, Sandman, Oneiros, Lorde Moldador, Kai’Ckul, Senhor do Sonho e em uma representação particular da cultura de Portugal e Brasil, o personagem é conhecido pela alcunha de João Pestana.
Todos os mortais quando dormem vão para o reino do Sonhar, onde podem expressar suas verdadeiras aptidões e vivenciar sua verdadeira essência, segundo a mitologia a coceira no olho na hora que o sono se aproxima é resultado da areia mágica do Sandman, assim como a “sujeira” que fica nos olhos ao acordar são resultado da mesma.
A série tem um olhar bastante filosófico e profundo em relação a alguns temas, como a morte, que é retratada de uma forma bastante poética e sensível. A personagem é vista como alguém que se veste de forma casual, uma mulher gentil que trata todos os mortais de uma forma muito pessoal, pois na sua determinada hora, ela dá a sensação de um reencontro com uma velha amiga.
Todo o universo e os personagens da série são complexos e possuem diversas camadas de profundidade, a adaptação da Netflix soube manter isso nessa primeira temporada, que está entre as mais assistidas na plataforma de streaming. Em breve saberemos se os demais arcos serão usados para uma segunda temporada, o que não foi confirmado mas parece já está certo.
